7.12.03

A frouxid�o no amor � uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paix�o requer paix�o, fervor e extremo;
Com extremo e fervor se recompensa.

V� qual sou, v� qual �s, v� que diferen�a!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo;
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo;
Em sombras a raz�o se me condensa.

Tu s� tens gratid�o, s� tens brandura,
E antes que um cora��o pouco amoroso
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.

Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a l�nguida ternura
Tem-me cativo e n�o me faz ditoso.


Soneto de Bocage sobre uma pintura de Ron Blumberg.
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(N�o houve acesso a blogger.com durante os futeb�is de hoje
e o Coirato escapou-se)

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