18.6.09

Redescubro, contigo, o pedalar eufórico pelo caminho que a seu tempo se desdobra, reolhando os beirais - eu que era um teórico do ar livre - e revendo o passarame à obra. Avivento, contigo, o coração, já lânguido das quatro soníferas redondas almofadas sobre as quais me entangui e bocejei, num trânsito de corpos em corrida, mas de almas paradas. Ó ágil e frágil bicicleta andarilha, ó tubular engonço, ó vaca e andorinha, ó menina travessa da escola fugida, ó possuída brincadeira, ó querida filha, dá-me as asas - trrim! trrim! - pra que eu possa traçar no quotidiano asfalto um oito exemplar!
Alexandre O'Neill

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